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quarta-feira, 3 de julho de 2013

Arrependimento

Arrependimento

Se ao coração que chora fora dado
Em dose, embora escassa de beber,
A taça misteriosa do esquecer,
Quanto ser viveria embriagado.

Viver embriagado do viver,
E não lembrar jamais o que é lembrado,
Lembrar somente e apenas com cuidado
Que o cuidado maior é o de esquecer.

Divina fantasia de quem ama,
Tolher a chama, quando a vida é chama
Matar a sede, quando a sede é de arte.

O intimo mistério de querer-te!
Maior que a própria pena de perder-te
Foi o arrependimento de buscar-te!


Jandira Grillo
de Devaneio e Meditação