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quarta-feira, 11 de julho de 2012

SONETO NOTURNO


SONETO NOTURNO
(Ruy Espinheira Filho)

Penso na noite como um rio profundo

e lembro coisas deste e de outro mundo.
Outros mundos, aliás, que a vida é vasta
como diversa. E mesmo assim não basta,

o que nos faz tecer ainda outras vidas

nas nuvens da alma, e que nos são vividas
com tanta força quanto as outras mais,
em seus sonhos de agora e de jamais

(ou melhor: com mais força, pois que estamos

ainda mais vivos no que nos sonhamos).
Penso na noite como um mar sem fim

quebrando sombras sobre o cais de mim.

E , enfim, sem esperanças e sem prece,
pressinto a noite que não amanhece.

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